ROI da Inovação: o que os dados revelam sobre retorno, maturidade e impacto real nas empresas brasileiras
No dia 13 de maio de 2025, a Match<IT>, com apoio da ABES, HOTMILK PUCPR, NR7 Assessoria e Octua, realizou o webinar “Benchmark Report 2025 de ROI da Inovação”. O evento reuniu 151 inscritos, com 74 participantes ao vivo, para uma discussão objetiva sobre um tema urgente: como mensurar, justificar e ampliar o retorno de projetos inovadores nas empresas.
Durante uma hora, foram apresentados dados da pesquisa conduzida pela Match<IT> com executivos de inovação, tecnologia, dados e estratégia. O encontro também contou com um painel prático que reuniu líderes de setores estratégicos, compartilhando como estão estruturando a medição de ROI em iniciativas com uso intensivo de IA.
O que os dados mostram: eficiência, retorno e desafios persistentes
A abertura do evento ficou por conta de Rose Ramos, CEO da Match<IT>, que destacou três pontos centrais revelados pela pesquisa:
- 71% das empresas aplicam métricas financeiras formais, sendo o ROI tradicional a mais comum, seguido de indicadores como economia operacional e payback.
- Ainda assim, 30% das empresas não mensuram o ROI de seus projetos de inovação, e entre as que medem, mais da metade começou há menos de dois anos.
- A expectativa de retorno é imediatista: 66% esperam resultados em até dois anos, sendo que parte significativa busca impacto em menos de seis meses.
Além dos números, Rose destacou um paradoxo preocupante: embora eficiência financeira seja o principal foco da inovação (70% dos respondentes), 64% das empresas não possuem metas de ROI definidas — o que dificulta a avaliação e o alinhamento estratégico dos investimentos.
Casos práticos: como COPEL e Banco BV estão enfrentando esse desafio
O painel conduzido por Simone Luvizan, Head de Transformação Digital na Octua, aprofundou o tema com dois exemplos reais:
Leandro Foltran – COPEL
O setor elétrico tem investido em inovação com base em recursos regulatórios. Segundo Leandro, a COPEL passou de uma lógica acadêmica para uma abordagem mais pragmática, voltada à entrega de produtos com alto TRL (nível de maturidade tecnológica). Hoje, a empresa estabelece metas claras de retorno (como 20% ao ano) e busca estruturar um portfólio equilibrado, que mescle ganhos de curto prazo com iniciativas estratégicas.
“Estamos deixando de tratar projetos de forma isolada e passando a contar histórias de portfólio. Isso ajuda a contextualizar investimentos e justificar projetos que, sozinhos, não teriam ROI imediato.”
Priscila Ferreira – Banco BV
Na experiência do banco, a medição de retorno inclui não só ganhos financeiros, mas também indicadores como engajamento de colaboradores, satisfação de clientes e eficiência operacional. O BV estruturou um “balde gerencial” de IA, centralizando investimentos e resultados para facilitar o autofinanciamento de novas iniciativas.
“Projetos de inovação precisam gerar valor. Mas nem todo valor é receita imediata. Estamos aprendendo a tangibilizar ganhos como cobertura, produtividade, economia evitada e impacto em jornada de cliente.”
ROI da Inovação: da teoria à prática
A discussão apontou para a importância de três direções complementares:
- Portfólio estruturado: visão integrada de curto, médio e longo prazo, com critérios claros de priorização e acompanhamento.
- Métricas amplas e contextualizadas: incluir indicadores financeiros, operacionais, de experiência e de risco estratégico.
- Ferramentas que automatizam e apoiam a análise: sair do Excel e dar escala à inteligência de portfólio com soluções baseadas em IA — como o próprio Matchias, agente de IA da Match<IT>.
Como reforçado por Simone Luvizan, “métricas não devem servir apenas para justificar um orçamento, mas para orientar decisões antes, durante e depois de cada projeto”.
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