Mitos e verdades em no-code e low-code

Mitos e verdades em no-code e low-code

Confira a entrevista com o especialista Marcus Taccola, profissional com 35 anos de experiência em tecnologia, formado em administração pela FGV, com grande know-how em plataformas de desenvolvimento No-Code e Low-Code, fundador e CEO da empresa Tech Seller InfoGo.

Conceitos gerais: definindo low-code e no-code?

Neste artigo, abordaremos um tema de crescente interesse tanto para especialistas em tecnologia quanto para leigos: os conceitos de low-code e no-code, bem como os mitos e verdades que os cercam. Para iluminar este tópico, trouxemos uma personalidade altamente qualificada: Marcus Taccola, fundador e CEO da InfoGo.

Marcus Taccola tem uma rica história profissional e acadêmica em tecnologia. Ele começou a programar aos 14 anos e, embora tenha escolhido a Administração de Empresas como sua área de estudo, manteve um interesse contínuo em tecnologia, particularmente no desenvolvimento de software. Ao longo de sua carreira, Taccola desenvolveu uma forte ligação com o campo da Business Intelligence e Analytics (BIAI). Esse interesse o levou a desenvolver uma plataforma no-code, sintetizando toda a sua experiência e conhecimento acumulados ao longo de sua carreira.

Mas o que são low-code e no-code? Taccola explica que estamos vivendo em um mundo focado na produtividade. Em todas as esferas da vida, estamos buscando maneiras de fazer mais com menos, e o desenvolvimento de software não é exceção. Com a popularização dos dispositivos digitais, como smartphones e computadores, surgiu a necessidade de desenvolver plataformas de software de maneira mais eficiente e acessível. É aqui que entram as plataformas low-code e no-code.

Low-Code

O termo low-code se refere a plataformas de desenvolvimento que necessitam de pouco código para criar aplicações. Em vez de exigir que os desenvolvedores escrevam linhas e linhas de código do zero, as plataformas low-code fornecem blocos de construção pré-codificados que os programadores podem usar para criar suas aplicações. Essas plataformas são particularmente atraentes para programadores, pois permitem um aumento significativo na produtividade.

No-Code

Por outro lado, as plataformas no-code são aquelas que permitem a criação de aplicações sem a necessidade de qualquer código. Estas são ideais para profissionais de negócios que não possuem formação em programação. Com as plataformas no-code, os usuários podem simplesmente selecionar e arrastar componentes pré-codificados para criar suas próprias aplicações.

Taccola, no entanto, adverte que, embora as plataformas no-code possam parecer atraentes para os profissionais de negócios que querem experimentar o desenvolvimento de aplicações, é importante lembrar que a programação ainda é uma habilidade altamente especializada. Ele sugere que as pessoas que não são programadoras profissionais podem se beneficiar ao se concentrar em suas áreas de especialização, deixando o desenvolvimento de software para as ferramentas e os profissionais adequados.

Mitos e verdades em No-Code e Low-Code:

O advento das plataformas low-code e no-code traz consigo uma série de mitos e verdades. Exploraremos, aqui, esses mitos e verdades sob a lente perspicaz de Marcus Taccola.

MITO: No-code e low-code são apenas para não-programadores. 

De acordo com Taccola, isso está longe de ser verdade. Na realidade, as plataformas low-code e no-code têm potencial para servir tanto aos programadores quanto aos não-programadores, desde que estes possuam a lógica necessária.

“Eu costumo dizer que no-code e low-code são plataformas para quem tem muita lógica”, explica Taccola. Ele acredita que, embora um indivíduo com uma formação em administração ou engenharia, que não tenha experiência em programação, possa ser capaz de usar plataformas low-code e no-code, a eficiência e a produtividade máxima são alcançadas por aqueles com habilidades de programação.

Ao olhar a eficiência e produtividade dessas plataformas, Taccola descreve a metáfora de dar um pincel e tinta a alguém. “Se a pessoa não é o Picasso, ela não vai fazer uma obra boa, entende? Não é porque eu estou facilitando a vida dela, dando a ferramenta, que ela automaticamente se tornará criativa ou terá um grande conhecimento em termos sistêmicos”. Isso é, apesar da acessibilidade dessas plataformas, ainda é necessário ter um entendimento sólido dos sistemas e lógica para aproveitá-las ao máximo.

Ao mesmo tempo, Marcus ressalta que a adoção dessas plataformas resulta em um enorme aumento de produtividade. No entanto, ele insiste em que as plataformas low-code e no-code não são destinadas ao usuário final. “O mercado quer vender para o usuário final, mas quando você coloca o usuário final ali, ele sai da empresa, ele larga aquele projeto”.

Ele compara essa situação a uma planilha Excel complexa. Se o único indivíduo capaz de manter a planilha sair da empresa ou tirar férias, isso pode causar um problema significativo. A mesma lógica se aplica às plataformas de desenvolvimento de software. Se o único indivíduo capaz de operar a plataforma sair, isso pode deixar a empresa em uma posição difícil.

Em suma, enquanto as plataformas low-code e no-code possuem o potencial para democratizar o desenvolvimento de software, ainda é crucial possuir um grau de experiência e compreensão lógica para aproveitá-las de maneira eficaz. Portanto, embora possam ser utilizadas por não-programadores, Taccola acredita que os profissionais de programação ainda estão em melhor posição para tirar o máximo proveito dessas ferramentas.

MITO: No-code e low-code produzem apenas aplicações básicas, e inseguras. 

Em relação à suposta insegurança, Taccola discorda radicalmente. “Todo mundo busca segurança hoje, e essas plataformas são bastante seguras”, afirma ele. De acordo com Marcus, as plataformas low-code e no-code são muito focadas em segurança. Na verdade, ele argumenta que essas plataformas são altamente seguras, já que a segurança é integrada no código de base. Isso significa que os usuários dessas plataformas podem se concentrar na interface de negócios, enquanto a segurança é gerenciada pela plataforma.

Quanto à noção de que as plataformas low-code e no-code produzem apenas aplicações básicas, Taccola também discorda. Segundo ele, a complexidade das aplicações produzidas depende muito da plataforma em questão. Ao contrário das planilhas do Excel, onde as versões da Microsoft e do Google são praticamente equivalentes, no mundo das plataformas low-code e no-code, não existem duas plataformas iguais. Cada plataforma tem suas próprias características e capacidades, tornando algumas mais adequadas para projetos complexos e outras melhor adaptadas para aplicações mais simples.

“Eu costumo dizer que existem plataformas profissionais que permitem abordar demandas altamente complexas e desafios de negócios”, explica Taccola. Por outro lado, ele admite que existem plataformas mais simples, mais adequadas para tarefas como permitir que um usuário faça login e consulte uma apólice de seguro, por exemplo. No entanto, Taccola insiste que, com a escolha correta da plataforma, é possível ir muito longe com as plataformas low-code e no-code.

Portanto, embora o mito de que as plataformas low-code e no-code são inseguras e apenas capazes de produzir aplicações básicas seja comum, Taccola argumenta que isso está longe da verdade. Com a escolha correta da plataforma, é possível desenvolver aplicações seguras e complexas que atendam a uma ampla variedade de necessidades de negócios.

VERDADE: No-code e low-code têm limitações.

Como em qualquer tecnologia, as plataformas no-code e low-code também têm limitações. “Todo produto que você tem mais embalado, que não é livre, tem limitações. Eles são limitados pelo ambiente em que operam.”, diz Taccola.

Quando você tem um produto livre, tem uma tela em branco para começar a programar e pode criar o que quiser. Mas, no universo low-code e no-code, você está restrito pelas funcionalidades e capacidades predefinidas da plataforma escolhida. No entanto, Taccola argumenta que a capacidade das plataformas low-code e no-code de cumprir a maioria das demandas das empresas supera amplamente essas limitações. “Para a grande maioria das aplicações de uma empresa hoje, essas plataformas resolvem de uma maneira muito melhor do que uma planilha”, diz ele. Ele acredita que tudo que uma planilha pode fazer em termos de processos, uma plataforma no-code ou low-code deveria ser capaz de realizar – e geralmente de forma mais eficiente.

As limitações dessas plataformas tendem a surgir em casos de uso muito específicos, como quando é necessário utilizar o giroscópio de um celular ou quando se deseja uma experiência de usuário única. Nesses casos, uma solução de codificação mais direta pode ser necessária.

Mas o que acontece quando você tem uma aplicação que precisa tanto de codificação quanto de uma abordagem no-code ou low-code? De acordo com Taccola, a integração entre diferentes sistemas e plataformas é totalmente possível e está se tornando cada vez mais comum.

“Você pode começar no ERP, ir para uma plataforma no-code ou low-code, e então alimentar o ERP novamente.” diz Tacolla. Essa abordagem híbrida permite que as empresas contornem as limitações das suas plataformas ERP, ao mesmo tempo que evitam os problemas comuns das customizações de ERP.

Por fim, Taccola acredita que as plataformas de integração têm um papel crucial a desempenhar para conectar diferentes sistemas e plataformas. “Hoje em dia, temos APIs para tudo e dezenas de empresas de integração que podem criar pontes entre diferentes sistemas. Isso cria uma experiência digital que é diferente da experiência que se tem no ERP, mas que se interliga de forma incrivelmente fácil.” conclui ele. 

VERDADE:: No-code e low-code aceleram e tornam mais acessível o desenvolvimento de software. 

As plataformas no-code e low-code são famosas por sua capacidade de acelerar e tornar mais acessível o desenvolvimento de software. “Quando você está desenvolvendo um software, caso precise pivotar porque sua ideia de negócio não é adequada, você vai ter que refazer tudo”, explica Taccola. “Quando você pega uma plataforma no-code ou low-code bem construída, é como se fosse um Lego. Você consegue pivotar sua ideia sem perder o que já fez.”

Segundo Taccola, essas plataformas não só permitem que as empresas construam rapidamente um Produto Mínimo Viável (MVP), mas também as apoiam ao longo de toda a jornada de desenvolvimento de software. “As plataformas aguentam 10, 30, 40 milhões de transações numa boa numa plataforma no-code ou low-code com a performance incrível e resolvendo problemas do dia a dia e incomplexos com milhares de usuários. Tudo depende de como você monta”, acrescenta ele.

Taccola também discute um mito comum entre os investidores de startups: a ideia de que as soluções construídas com no-code ou low-code não têm a robustez necessária para escalar. Segundo ele, essa afirmação não é verdadeira, desde que haja uma construção madura por trás. “Você consegue fazer coisas incríveis com crises disparos regras condicionais muito complexas que parecem impossíveis, mas não são. Depende de como o projeto foi montado.”

No entanto, ele enfatiza que a escolha do parceiro certo é crucial para o sucesso. Seja programação interna, contratação de consultoria, ou uso de no-code ou low-code, é fundamental ter suporte. “Você tem que ter uma solução de continuidade e melhoria com um player confiável e ter acesso a ele”, diz Taccola.

Quando solicitado a fornecer exemplos de sucesso, Taccola recorda de alguns casos de uso impressionantes, tanto de empresas grandes quanto pequenas, mas infelizmente, as descrições específicas desses casos não foram fornecidas no texto. No entanto, é certo que os exemplos reais e bem-sucedidos de aplicativos criados com no-code ou low-code são incontáveis, reforçando ainda mais a validade dessa tecnologia no cenário atual de desenvolvimento de software.

 

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