Acelerando ciência aplicada: como a Loccus impulsiona bioinsumos e nanotecnologia no Brasil

Insights do painel no Startup Summit com Monique Meyenberg (Loccus do Brasil) e Marcos Buson (MOA Ventures)
Deep techs de bioinsumos e nanotecnologia costumam viver ciclos longos, alta regulação e capital impaciente. No Startup Summit, um fireside chat trouxe um contraponto: quando uma indústria brasileira robusta de P&D se coloca como ponte entre laboratório e mercado, a história muda de figura. Foi o que ouvimos de Monique Meyenberg, Coordenadora de Inovação e Competitividade da Loccus do Brasil, em conversa com Marcos Buson, da MOA Ventures.
“Alguém precisa levantar essa bandeira. Escolhemos ser a ponte que transforma ciência em soluções que impactam a sociedade.” — Monique Meyenberg
Loccus em 3 atos: resiliência, escala e ecossistema
· Origem 100% brasileira: há 23 anos desenvolvendo reagentes, equipamentos e serviços em biotecnologia a partir de nossa matriz em Cotia (SP). Servindo as frentes de diagnóstico humano, pesquisa, saúde animal, segurança alimentar e agro de precisão.
· Viradas de rota que moldam cultura: após o baque na Pesquisa em 2014, a Loccus desbravou novas frentes, entrando massivamente no agro em 2017. Na pandemia, assumimos e cumprimos com excelência o desafio, graças a parceiros como o Instituto Butantan e o Instituto Adolfo Lutz.
· Hub de inovação em construção: P&D em duas verticais (reagentes e equipamentos), célula de inovação criada em 2023, parcerias com institutos de pesquisa (ex.: Instituto SENAI de Inovação em Eletroquímica), Centro de P&D em Cotia, além de um Centro de Treinamento em hub de Inovação em Curitiba, fechando o gap da inovação entre universidade–desenvolvimento aplicado e indústria.
“Ninguém inova sozinho. Nosso papel é integrar entes inovadores, institutos e indústria sob uma visão única de biotec acessível e de impacto.” — Monique
BIOS & NANOS: venture building para deep techs
Para acelerar a ida ao mercado, a Loccus estruturou duas frentes com a MOA Ventures:
· BIOS — foco em bioinsumos, com prioridade para agro.
· NANOS — nanotecnologia aplicada, com ênfase inicial em diagnóstico.
O que uma corporação-âncora oferece além do cheque:
· Regulatório e qualidade (time interno com capacidade de atuação em todos os mercados em que a Loccus atua).
· Comercial e marketing para posicionamento e venda (go-to-market real, não só piloto).
· Modelos flexíveis: revenue sharing, cross/up-selling, joint ventures, investimentos minoritários/majoritários, aquisições, licenciamento e transferência de tecnologia…
· De-risking para PIPE/FAPESP, FINEP e afins, trabalhando a partir de TRL 5–6 quando possível.
· Propriedade Intelectual negociada caso a caso, visando trazer o agente inovador para perto, não afastá-lo.
“O pesquisador sabe provar que funciona, nosso papel é ajudar a escalonar, industrializar e gerar impacto.” — Monique
Casos e trilhas que já estão virando produto
· Kit para certificação Halal (detecção de carne suína em processados): insight nascido de um programa interno de inovação com oito squads e mentores do comitê — exemplo de inovação de dentro para fora com parceiro tecnológico externo.
· Diagnósticos para doenças negligenciadas: internalização de P&D para reduzir dependência de kits importados (prazo, custo e pós-venda).
· Parcerias estratégicas: SENAI (Eletroquímica), instituto de Alimentos & Bebidas (Chapecó) e equipe de Sistemas Embarcados para automação — acelerando transferência tecnológica e depósito de patentes (e habilitando Lei do Bem e Lei de Informática).
Para onde o mercado aponta
· Bioeconomia com o Brasil protagonista — especialmente no agro de precisão e em diagnósticos nichados por segmento.
· Tese focada (BIOS + NANOS) e portas de entrada plurais para empreendedores e labs.
· Ecossistema como vantagem competitiva: aproximação de universidades, institutos e startups reduz time-to-market e custo de desenvolvimento.
Recados finais do palco
Para investidores de biotec:
· Deep tech exige paciência, parceria e correr riscos. Co-invista com quem opera P&D e regulatório no dia a dia.
· Teses abertas a múltiplos modelos (licenciamento, JV, equity) diluem risco e aumentam opções de saída.
Para empreendedores e pesquisadores:
· Chegue com governança clara, visão de IP e evidências de TRL.
· Não subestime vendas e posicionamento: traga ciência; deixe a máquina comercial ajudar no “como vender”.
· Não deixe oportunidades passarem: revisite conversas — timing faz diferença.
“Muitas vezes tínhamos o casamento pronto e ele não acontecia. Hoje, com a tese madura, estamos retomando conversas — o timing certo importa.” — Monique
Parceria Loccus e Match<IT>
A Loccus, parceiro e cliente da Match<IT>, agora conta com a Inteligência Artificial do MatchIAs para gerenciar seus portfolios de projetos de inovação e P&D com eficiência e método.
Menos fricção entre laboratório e cliente final, mais velocidade e confiança para transformar P&D em produto, e Inovação em ROI.