Conexão de resultados de TI ao Planejamento Estratégico do Negócio – na voz do Tech Buyer especialista.

Conexão de resultados de TI ao Planejamento Estratégico do Negócio – na voz do Tech Buyer especialista.

Confira a entrevista com o Tech Buyer Marcus Marques, com mais de 20 anos de carreira, acompanhando em TI há 16 anos as evoluções e transformações digitais na empresa Natura. Marcus compartilha seu histórico de sucesso conectando resultados de tecnologia aos objetivos estratégicos e traz dicas para quem busca fazer o mesmo.

Trajetória profissional de Marcus Marques e sua experiência pessoal em tecnologia

Marcus Marques é um profissional de TI de grande valor, com uma experiência rica e diversificada. Ele iniciou sua carreira na Unilever, onde passou sete anos, trabalhando internacionalmente e assumindo a responsabilidade pelo data center da empresa nos Estados Unidos. Depois dessa experiência, ingressou na Natura, onde tem trabalhado nos últimos 16 anos.

Nesses anos, Marcos percorreu uma série de posições na empresa, começando como coordenador de processos e, em seguida, passando para projetos em toda a América Latina. Atualmente, ele ocupa uma posição na área de governança de TI.

Sua formação original é em eletrônica e ele também possui pós-graduação em processamento de dados pela Mackenzie. Ainda buscando aprimorar seus conhecimentos, ele fez uma pós-graduação em gestão de projetos de tecnologia na USP e mais recentemente, um MBA em Business Analytics e Big Data na FGV.

 

Preparação para desafios em gestão, pessoas e negócios

A transição de Marcos de uma carreira mais técnica para a gestão foi uma jornada planejada. Ele mostrou sua aptidão para a gestão de processos logo no início de sua carreira na Unilever, o que fez com que fosse deslocado para cuidar de uma área de processos.

Quando mudou para a Natura, Marcos tinha um plano claro para sua carreira e um desejo de se tornar um gestor. Ao longo do tempo, começou a interagir mais com a área de negócios, tornando-se menos operacional e mais estratégico. Durante esse tempo, ele desenvolveu habilidades de liderança e gestão que foram essenciais para sua evolução na carreira. Também buscou apoio para sua preparação em softskills junto a um profissional em coach e fez movimentações laterais para ampliar sua experiência em diferentes áreas e estruturas, ampliando sua maturidade profissional.

 

Grandes fases de evolução da Natura e o envolvimento de TI

Ao longo dos anos, a Natura passou por várias fases de evolução, e a TI sempre desempenhou um papel importante nesses momentos. 

 

2012 a 2014 – Início da Transformação Digital e Novos Produtos Digitais: 

Uma mudança significativa ocorreu em 2012, quando a Natura criou uma diretoria de meios digitais e uma vice-presidência de tecnologia digital (TD). A cultura e a organização foram revistas, bem como os processos, reformulados de forma colaborativa de modo a formatar, como analogia, linhas de metrô integradas.

A transformação da área de tecnologia para se tornar mais conectada ao negócio não aconteceu do dia para a noite, mas através de um esforço contínuo para criar uma cultura de conexão com os negócios.

Um marco importante veio em 2014, quando a Natura lançou seu primeiro aplicativo, a Rede Natura, redefinindo a maneira como os clientes se conectam com a marca e adquirem seus produtos. Este movimento foi um exemplo claro de como a Natura tem estado na vanguarda da adaptação da tecnologia para atender às necessidades do negócio.

 

Figura 1: O “Mapa do Metrô de Processos” da TD (Tecnologia Digital) Natura

 

2016 a 2018 – O Centro de Experiência da Consultora e formatação do grupo Natura&Co: 

A Central de Experiência da Consultora foi formatada e se tornou um importante ponto de confluência de tecnologia, operações e logística, unindo esses diferentes aspectos para mapear o processo de venda ponta a ponta. O papel da tecnologia na Natura foi redefinido. 

Não se tratava mais apenas de solucionar problemas técnicos – agora era necessário entender a fundo o negócio e o impacto de qualquer falha de sistema no faturamento. Esta mudança de perspectiva ajudou a identificar o verdadeiro propósito dos sistemas da empresa e entender como eles poderiam afetar o negócio como um todo. Com a integração dessas centrais, a Natura conseguiu adquirir uma visão completa do processo, desde o “outbound” até a venda, dando a oportunidade de avaliar a performance de vendas e determinar estratégias de otimização.

A expansão do Centro de Experiência da Consultora para outros países da América Latina, incluindo Argentina, Chile, Colômbia, Peru e México, representou um marco na trajetória da empresa. Equipes locais foram contratadas para fornecer suporte, com o modelo de serviço sendo adaptado para cada região.

Com a aquisição de empresas como The Body Shop e Avon, a Natura formou o grupo Natura&Co, tornando-se a quarta maior empresa de cosméticos do mundo. Este crescimento levou à necessidade de integrar essas novas empresas ao modelo de negócio já estabelecido.

Figura 2: Central de Relacionamento com a Consultora

 

2019 a 2022 – Novo Normal:

Durante a pandemia de COVID-19, a Natura teve que acelerar o processo de digitalização de suas consultoras, transformando quase todas em consultoras digitais. Esta mudança permitiu a manutenção das vendas durante este período desafiador e manteve a qualidade do serviço no Centro de Experiência da Consultora, mesmo com a equipe trabalhando remotamente.

O retorno ao trabalho presencial em agosto de 2022 representou um novo desafio, mas também uma oportunidade de reconhecer a importância da colaboração direta para a manutenção do alto nível de serviço da Natura. Voltou-se a ter espaços de conexão presencial e ambiente para fortalecimento das relações nos cafés, com espaço para estreitar a aproximação com membros do time e com clientes. 

 

Esses momentos críticos na história da Natura destacam a importância de uma TI estratégica e a necessidade de entender o negócio, uma lição que Marcos Marques defende para qualquer pessoa na área de TI.

 

Processos de Conexão de Iniciativas de TI à Estratégia da Empresa

Na Natura, a conexão de iniciativas de TI à estratégia da empresa é um processo essencial que envolve várias etapas e é priorizado pelos líderes. A empresa trabalha com uma abordagem de “cascading”, na qual a estratégia é construída no nível mais alto e, em seguida, transmitida aos demais níveis organizacionais.

No topo da pirâmide, a liderança estabelece o planejamento estratégico para os próximos dois anos, denominado PEN – Planejamento Estratégico Natura. Este planejamento é então comunicado aos demais times. Anteriormente, a conexão entre os objetivos da empresa e os membros da equipe não era tão forte, mas nos últimos anos, com a transformação digital, essa conexão tem sido cada vez maior.

Cada membro da equipe precisa entender como seu trabalho contribui para os objetivos gerais da empresa. Eles não estão lá apenas para manter o ambiente tecnológico, mas para entender como a tecnologia pode ajudar a alcançar os objetivos estratégicos.

A empresa realiza eventos de cascading, apresentando os pilares estratégicos para os times. Estes pilares são então vinculados às metas individuais, facilitando a conexão do trabalho diário à estratégia geral.

Há, ainda, a gestão de resultados como forma de verificação de resultados e prestação de contas, com uma avaliação da saúde dos projetos e um relatório de progresso disponibilizado para a liderança. O time de tecnologia geralmente trabalha em dois tipos de projetos: projetos de TI para TI, que são focados na infraestrutura, e projetos para o negócio. Ambos são sempre conectados aos objetivos estratégicos da empresa. Ao final dos projetos, um comitê avalia se o projeto alcançou os resultados esperados e como contribuiu para os objetivos do planejamento estratégico.

Assim, a Natura criou uma cultura onde a TI está intrinsecamente ligada ao negócio, com cada iniciativa sendo conectada à estratégia geral da empresa. A empresa acredita que, em todas as áreas, a conexão e a colaboração são essenciais para atingir melhores resultados e conquistar seus objetivos.

 

Dicas para Tech Buyers e Tech Sellers que buscam otimizar a conexão de seus resultados aos objetivos de negócio da empresa

O gestor de tecnologia, independentemente da empresa em que atua, deve buscar uma conexão sólida com os negócios, indo além do seu papel técnico e compreendendo o valor que seu trabalho traz para a empresa como um todo. Abaixo estão algumas sugestões para aqueles que desejam estreitar esta conexão.

 

Pense além da tecnologia:

O primeiro passo para conectar a tecnologia ao negócio é conhecer os serviços e os objetivos que cada sistema atende. Profundamente entendendo esse contexto, você pode se tornar um consultor de tecnologia dentro da sua organização, ajudando a conectar a TI com o negócio.

 

Entenda seu cliente:

Como gestor, sempre pense no cliente que você atende. Quem são eles? Quem são os líderes desse processo de negócio? Como se aproximar deles? Busque entender o processo de negócio do cliente e como você pode construir e melhorar junto com ele. Compreender as dores do cliente ajudará a alinhar a tecnologia com os objetivos de negócio.

 

Seja um protagonista:

Não se contente apenas em realizar suas tarefas diárias. Busque conhecer e aprender sobre diferentes áreas da empresa. Por exemplo, se você não conhece muito sobre logística, busque entender os processos de ponta a ponta. Troque experiências com outras áreas e estabeleça relações para resolver problemas juntos.

 

Para os Tech Sellers, ou seja, as empresas que fornecem serviços de tecnologia, há uma mensagem importante. É crucial conhecer a empresa para a qual você vai prestar serviços. Isso significa entender o mercado em que a empresa opera, seus funcionários, seu modelo de negócios e suas características específicas.

O que distingue um fornecedor é sua capacidade de se preparar e conhecer a empresa que está atendendo. Por exemplo, fornecer serviços para uma empresa de cosméticos como a Natura é diferente de fornecer para uma empresa de produtos de limpeza ou para uma empresa de tecnologia. A “fórmula” usada para uma empresa pode não funcionar para outra. Portanto, o Tech Seller deve entender que a tecnologia por si só não é suficiente se eles não conhecem seu cliente.

Por fim, tanto para Tech Buyers quanto para Tech Sellers, é fundamental incorporar a estratégia da empresa em seu trabalho. Na Natura, por exemplo, o planejamento estratégico é transmitido (ou “cascateado”) para os fornecedores pelos líderes das áreas e dos projetos. Os fornecedores também precisam se preparar para entender o que a empresa precisa e como podem ajudar a alcançar esses objetivos, como um time.

Em resumo, tanto para gestores de tecnologia quanto para fornecedores, é fundamental entender o negócio, construir relacionamentos e ter uma abordagem proativa para conectar a tecnologia aos objetivos de negócios. Ao fazer isso, eles podem desempenhar um papel fundamental no crescimento da empresa e na realização de seus objetivos.

A convite de Marcus, faremos um mepeamento de interessados em visitar a empresa. As inscrições serão até 30q06/2023 e se você for contemplado/a entraremos em contato. Link para manifestar interesse aqui.

 

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Confira o vídeo completo com Marcus Marques: