FinOps: eficiência, estabilidade e escala

FinOps: eficiência, estabilidade e escala

Conheça a prática e dicas de implantação dessa prática na entrevista com o expert Rafael Canto: com diversas certificações em tecnologias cloud e atuação em consultorias especializadas junto a diferentes corporações, ele é co-founder e CTO da empresa KXP.

 

A adoção da computação em nuvem tem transformado a maneira como as empresas operam, oferecendo flexibilidade, escalabilidade e uma infinidade de serviços sob demanda. No entanto, juntamente com esses benefícios, surgem desafios significativos relacionados à gestão e otimização de custos. É nesse contexto que o FinOps se torna essencial. Mas, o que exatamente é FinOps e por que ele se tornou tão crucial para as empresas que operam na nuvem?

FinOps como prática essencial para empresas que operam na nuvem

FinOps, ou Financial Operations, é uma prática que combina finanças e operações para gerenciar e otimizar os custos da nuvem. Trata-se de um conjunto de boas práticas e frameworks desenvolvidos por uma comunidade de profissionais e empresas com o objetivo de estabelecer padrões para a gestão eficiente dos gastos em nuvem.

Para entender a importância do FinOps, é fundamental revisitar a trajetória da adoção da nuvem. Entre 2010 e 2015, as empresas começaram a experimentar a nuvem, buscando inovação e competitividade. De 2015 a 2020, houve uma aceleração na migração para a nuvem, com muitas organizações transferindo suas infraestruturas tradicionais para ambientes de nuvem pública, privada ou híbrida. A partir de 2020, entramos na fase de maturidade, onde as empresas começaram a enfrentar desafios de controle de custos e busca por eficiência operacional.

O crescimento do uso da nuvem trouxe consigo um aumento na complexidade da gestão de custos. Sem um controle adequado, os gastos podem se tornar exorbitantes, afetando a rentabilidade e a sustentabilidade das operações. FinOps surge, então, como uma resposta a essa necessidade, ajudando as empresas a:

Controlar e Otimizar os Gastos: Assim como analisamos nossas contas de energia ou telefonia, o FinOps propõe que as empresas façam o mesmo com seus gastos em nuvem, transformando o gerenciamento de custos em uma prática contínua e disciplinada.

Implementar Boas Práticas: Através de frameworks e padrões estabelecidos pela comunidade FinOps, as empresas podem adotar práticas comprovadas para a gestão eficiente dos custos, evitando desperdícios e promovendo a transparência.

Alcançar Eficiência Operacional: A gestão proativa dos custos em nuvem permite que as empresas operem de maneira mais eficiente, alocando recursos de forma inteligente e ajustando rapidamente suas estratégias conforme necessário.

Adotar FinOps desde o início da jornada na nuvem traz benefícios substanciais no longo prazo. As empresas conseguem:

Sustentabilidade Financeira: Com um controle rigoroso dos custos, as organizações garantem uma operação financeiramente sustentável, evitando surpresas desagradáveis nas faturas mensais de serviços de nuvem.

Maior Visibilidade e Controle: FinOps proporciona uma visibilidade clara dos gastos, permitindo que os gestores tomem decisões informadas e ajustem suas estratégias de consumo de nuvem conforme necessário.

Melhoria Contínua: Através da implementação de boas práticas e da análise contínua dos custos, as empresas podem continuamente otimizar suas operações, garantindo eficiência e competitividade no mercado.

Implantação de práticas FinOps: principais desafios e como superá-los?

A implementação do FinOps não exige a criação de um novo departamento ou a contratação de profissionais específicos. Pode ser uma prática incorporada aos times existentes de TI, infraestrutura ou engenharia, ou até mesmo no setor administrativo. O importante é que haja uma conscientização e um esforço coordenado para adotar as práticas FinOps.

A FinOps Foundation, uma organização dedicada a promover e padronizar as práticas FinOps, oferece diversos recursos, incluindo frameworks, indicadores e boas práticas para ajudar as empresas a implementar esta disciplina. A fundação também promove a troca de conhecimento e experiências entre profissionais, ajudando a comunidade a evoluir constantemente.

Apesar da disponibilidade de materiais de referência, implantar o FinOps em uma organização pode trazer vários desafios, especialmente para aquelas que estão no início de sua jornada na nuvem. A falta de uma equipe bem desenvolvida e disciplinada pode levar a frustrações e anomalias nos custos, como picos de gastos não planejados. É crucial que as empresas tomem cuidado durante a fase de adoção para evitar essas surpresas desagradáveis. Com base em experiências de projetos que tiveram sucesso e outros que não deram certo, Rafael nos traz um resumo dos principais desafios a esperar no processo e como superá-los:

Além das dicas acima, Rafael compartilha exemplos práticos de boas práticas para FinOps:

Convenção de Nomes: No futuro, ao precisar desligar um servidor, você deve saber exatamente de quem ele é e o que ele faz. Nomear corretamente e manter um registro evita problemas e incertezas.

Documentação e Anotações: Quando membros da equipe saem ou novos membros entram, uma documentação bem mantida é essencial para a continuidade e eficiência dos projetos.

Controle Inicial de Custos: Evite focar apenas na redução de custos. Primeiro, entenda os padrões de consumo e estabeleça um controle rígido sobre os gastos antes de buscar reduções.

Arquiteturas Padronizadas: Implementar padrões para arquiteturas e práticas de nuvem permite uma gestão mais eficiente e reduz os custos de suporte e manutenção. O registro das decisões de arquitetura em documentos como o ADR (Architecture Decision Record) ajuda a manter um histórico claro das escolhas feitas, facilitando ajustes futuros e promovendo uma compreensão mútua entre os times de desenvolvimento e infraestrutura.

 

Colaboração cross-áreas e o papel dos especialistas em infraestrutura

A implementação do FinOps deve ser uma iniciativa corporativa que envolva múltiplas áreas, como finanças, operações e desenvolvimento, e não apenas uma responsabilidade de um especialista ou um departamento único. Na prática, isso significa ser um esforço coordenado que abrange toda a empresa. É um desafio significativo, sobretudos para empresas que não atuam de forma colaborativa entre áreas, com cultura estabelecida por silos funcionais.

Para superar esse desafio, muitas empresas formam um time de excelência em nuvem, que pode ser uma subdivisão dentro do próprio time de infraestrutura ou TI. Esse time é responsável por criar padrões e boas práticas que facilitem a colaboração entre diferentes áreas. 

Um pré-requisito crucial para o sucesso desse modelo é a adoção da cultura DevOps. Diferente do FinOps, que é uma prática, o DevOps é uma cultura que promove a colaboração estreita entre desenvolvimento e operações. Quando os times trabalham juntos de maneira coesa, é possível implementar mudanças rapidamente e com maior eficiência. Ferramentas como a observabilidade ajudam a criar uma linguagem comum entre infraestrutura e desenvolvimento, promovendo a sinergia necessária para a operação eficaz.

Independente da estrutura da equipe alocada para implantação e sustentação de FinOps, os especialistas em infraestrutura desempenham um papel estratégico no time. Eles possuem o conhecimento técnico necessário para gerenciar a infraestrutura de nuvem e são frequentemente responsáveis por controlar os custos, desde contratos até faturamentos. Esses profissionais podem atuar como embaixadores do FinOps, disseminando boas práticas e promovendo a cultura de colaboração dentro da organização. A visibilidade dos custos é fundamental; quando os times de engenharia têm acesso às informações financeiras, eles podem tomar decisões mais informadas e responsáveis. 

 

Métricas e KPIs para monitorar o sucesso das práticas de FinOps

Implementar práticas de FinOps requer uma abordagem estruturada e baseada em dados para garantir que os objetivos de eficiência e controle de custos sejam alcançados. A medição do sucesso dessas práticas é essencial para avaliar a maturidade da implementação e identificar áreas de melhoria. 

As métricas e KPIs (Key Performance Indicators) desempenham um papel crucial nesse processo, fornecendo insights valiosos sobre o desempenho e a eficácia das estratégias adotadas. Os principais indicadores sugeridos pela experiência de Rafael são:

% de custo mapeado

A base para medir o sucesso das práticas de FinOps envolve a utilização de KPIs que quantifiquem aspectos importantes do gerenciamento de custos. Um dos KPIs mais fundamentais é a porcentagem de custo mapeado, que indica quanto dos custos totais foram alocados a departamentos, squads ou produtos específicos. Isso é crucial porque quando os custos são atribuídos corretamente, as áreas responsáveis podem tomar medidas para otimizar e reduzir esses gastos. Em contraste, custos compartilhados tendem a ser menos gerenciados, pois a responsabilidade não é clara. Portanto, quanto maior a porcentagem de custo mapeado, maior a responsabilidade e a probabilidade de redução de custos.

Orçamento planejado versus executado

Outro KPI importante é o planejado versus executado, que compara o orçamento previsto com os gastos reais. Uma variação significativa entre o planejado e o executado indica a necessidade de melhorar o processo de previsão e controle. A FinOps Foundation recomenda que a variação ideal esteja abaixo de 10%. Manter uma variação pequena é um sinal de governança eficiente e controle adequado dos recursos de nuvem.

# de Detecção e Resposta a Anomalias

A detecção de anomalias é outro aspecto crítico. Anomalias são picos inesperados de custos que não foram planejados. Ter um sistema para detectar e responder rapidamente a essas anomalias é vital para evitar gastos excessivos. O KPI relevante aqui é a porcentagem de anomalias detectadas e respondidas em tempo hábil. Uma resposta eficiente a anomalias demonstra uma maturidade avançada nas práticas de FinOps, indicando que a empresa possui mecanismos eficazes para monitorar e controlar os custos em tempo real.

% de Recursos Esquecidos

Recursos esquecidos representam uma área significativa de desperdício. Medir o percentual de utilização dos recursos e identificar aqueles que estão subutilizados ou sem atividade ajuda a eliminar desperdícios. Recursos com baixa utilização podem ser desativados ou redimensionados para evitar custos desnecessários. Ferramentas automatizadas fornecidas pelos provedores de nuvem podem ajudar na identificação de tais recursos, oferecendo recomendações sobre quais elementos estão provavelmente esquecidos.

Estabelecer e monitorar KPIs é essencial para o sucesso das práticas de FinOps. A utilização de métricas como a porcentagem de custo mapeado, a variação entre planejado e executado, a detecção de anomalias e a identificação de recursos esquecidos proporciona uma visão clara e quantificável do desempenho. Essas métricas não apenas ajudam a controlar os custos, mas também promovem uma cultura de responsabilidade e eficiência dentro da organização. 

À medida que a empresa avança na maturidade de suas práticas de FinOps, a sofisticação e a automação dessas métricas se tornam ainda mais críticas, permitindo um gerenciamento proativo e estratégico dos recursos de nuvem.

 

FinOps: casos de sucesso

Rafael destaca exemplo marcante obtido pela KXP junto a um grande cliente do setor de educação, que conseguiu reduzir seus custos em 55%. Este cliente possuía cerca de 120 aplicações e, através da modernização dessas aplicações para um ambiente de contêineres, foi possível otimizar o uso dos recursos. Anteriormente, servidores que operavam com apenas 20% de capacidade agora utilizam 80%, aumentando a eficiência e reduzindo custos substancialmente.

Outro caso de sucesso trazido por Rafael envolve a otimização gradual de várias pequenas aplicações dentro de uma grande fatura. Apesar de algumas aplicações não apresentarem um retorno imediato sobre o investimento, a redução incremental de custos em múltiplos projetos resultou em uma economia significativa. Este cliente, inicialmente reticente em otimizar aplicações com poucos usuários, foi convencido do valor de uma abordagem de longo prazo que, eventualmente, contribuiu para uma redução global expressiva nas despesas operacionais.

 

Diferenciais da KXP como parceiro para práticas FinOps

A KXP tem uma longa trajetória de sucesso em ajudar clientes a transformarem digitalmente, focando em otimização e controle de cloud. Trabalha com clientes de diversos portes e estágios de adoção da nuvem, desde migrações iniciais até otimizações avançadas. 

Sua experiência inclui projetos em grandes bancos públicos e pequenas empresas, adaptando as melhores práticas às necessidades específicas de cada cliente. O foco da KXP está em executar soluções rapidamente para acompanhar o dinamismo dos ambientes de nuvem, garantindo que os clientes possam manter controle e eficiência, independentemente do porte ou da complexidade de suas operações. 

Além dos serviços especializados de seu time, dispõe de uma plataforma exclusiva, chamada Kura Financials, que integra todo o know-how acumulado pela equipe em FinOps, permitindo que os clientes monitorem e gerenciem seus gastos de maneira eficiente. A plataforma oferece recursos avançados, como conectores de BI para análise de dados em Excel, controle de anomalias e automações que facilitam a gestão contínua dos ambientes de nuvem. 

Para saber mais, o link é: https://marketing.kxp.consulting/lp-kura-financials 

A combinação de expertise, ferramentas robustas e um pensamento ágil e eficiente faz da KXP um parceiro ideal para práticas FinOps.

 

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