Guardrails para Inovar com Responsabilidade: Lições do eMerge Americas 2025

Estivemos no eMerge Americas, um dos eventos mais relevantes sobre inovação e tecnologia, para acompanhar de perto como grandes empresas estão lidando com o uso responsável da inteligência artificial. A palestra “Guardrails in the AI Era – Harnessing Innovation Responsibly” trouxe à tona discussões fundamentais para quem está experimentando ou escalando o uso de IA em suas operações.
O painel foi mediado por Bob Ren (Silicon Valley Bank) e contou com participações de Robert Blumofe (Akamai) e Krishnapuram “KK” (Delta Air Lines) — duas lideranças que têm enfrentado o desafio real de promover inovação com segurança, método e cultura.
O desafio da experimentação com responsabilidade
KK iniciou sua fala lembrando que a Delta já utiliza IA há anos — desde a otimização de rotas até o uso de NLP e visão computacional para atendimento. O que mudou com a chegada da GenAI, segundo ele, foi a velocidade de adoção e a necessidade de criar espaços seguros de experimentação. Para a Delta, o equilíbrio entre inovação e segurança começa com o dado confiável, passa por infraestrutura robusta e termina na capacitação dos profissionais da linha de frente — do time técnico ao atendimento ao cliente.
Já Robert Blumofe trouxe a perspectiva de quem constrói infraestrutura digital: “A IA ampliou tanto a área de aplicação que o desafio não é mais onde usar, mas como usar com responsabilidade.” Ele destacou os riscos do que chamou de “shadow AI” — quando pessoas ou times adotam ferramentas por conta própria, sem governança. Para lidar com isso, a Akamai criou ambientes de sandbox e campanhas internas de letramento em IA, incentivando o uso aberto e supervisionado.
Guardrails: não apenas técnicos, mas humanos
Uma provocação importante foi feita por Bob Ren: os guardrails (barreiras de segurança) não podem ser apenas tecnológicos — eles também precisam ser humanos. Isso inclui envolver lideranças, promover uma cultura de aprendizado e não reprimir a inovação com excesso de medo.
Robert reforçou que “os guardrails dos LLMs não são de aço — são macios, hackeáveis e engenheiráveis”. Isso exige que as empresas pensem além do código, trazendo visibilidade, curadoria e segurança para cada ponto de contato com a IA.
Processos com múltiplas áreas: clareza, método e alinhamento
Outro ponto alto do painel foi a importância de envolver diferentes áreas da empresa desde o início da jornada com IA. Tanto Akamai quanto Delta demonstraram que o sucesso da inovação
está em orquestrar times diversos — desde segurança e tecnologia até experiência do cliente e operação.
Ao estruturar processos claros para priorizar experimentos, criar ambientes de sandbox e validar os aprendizados, essas organizações conseguem avançar sem correr riscos desnecessários. A governança, nesse caso, não é uma trava: é o motor que permite que a experimentação aconteça de forma escalável, segura e com impacto real.
Regulação e cultura: dois lados do mesmo jogo
Apesar de não serem especialistas em política pública, os speakers ressaltaram que a regulação bem feita pode impulsionar a confiança e a inovação. KK trouxe o exemplo da aviação, um setor altamente regulado, mas que continua inovando ao estabelecer diálogo constante com órgãos como FAA e TSA.
Ambos concordaram que o caminho está em encontrar convergência entre países e setores — e, acima de tudo, criar clareza sobre o que pode ser feito de forma segura, ética e eficiente.
O papel da Match<IT>: guardrails para inovar com método e colaboração
O painel do eMerge reforça um ponto que vivenciamos todos os dias ao lado de nossos clientes: não basta ter tecnologia — é preciso criar as condições para que a inovação floresça com método, governança e participação de várias áreas.
Na Match<IT>, construímos espaços seguros para que a experimentação com IA e novas tecnologias aconteça com foco no problema de negócio, curadoria das soluções e clareza nos próximos passos. Seja com nossos consultores virtuais, seja com nossa plataforma de matchmaking, ajudamos empresas a evitar o “shadow AI” e transformar boas ideias em resultados concretos e escaláveis.
Porque inovar com responsabilidade é mais do que um painel — é uma prática diária.
Por Roseane Ramos Fundadora e CEO da Match<IT>.