Heroes e Embaixadores da Inovação: Uma visão prática com Design Sprint

Se você já tentou implementar uma iniciativa de inovação dentro de uma grande organização, sabe que atitude, mais do que método, é o que move a transformação. E foi exatamente sobre isso conversamos com Eduardo Gonçalves, Diretor de Suporte para América Latina da Ericsson.
Com 30 anos de casa, Eduardo é um desses profissionais que colocam o cliente no centro mesmo em um ambiente onde os processos ainda dominam a rotina. E, acima de tudo, ele acredita no poder das pessoas. Sua trajetória é um convite à reflexão sobre como criar espaços para que os verdadeiros embaixadores da inovação possam florescer.
A primeira faísca: Inovando além do expediente
A entrada de Eduardo no universo da inovação estruturada veio em 2018, através de um bootcamp de Design Sprint. O que começou como um experimento virou paixão. Inspirado pelo potencial da metodologia, ele passou a aplicá-la em desafios reais, começando com um problema logístico na entrega de materiais de campo. Com poucos recursos e zero formalização, os primeiros sprints foram realizados à noite, com grupos multidisciplinares e alto engajamento.
“Foi nosso primeiro Design Sprint na Ericsson. Reuni oito pessoas de diferentes áreas. No início, olhavam desconfiados. Mas ao final, enxergaram o todo com clareza e cocriaram soluções conectadas com as dores reais.”
O resultado? Redução de desperdício e maior entendimento entre as partes envolvidas. Mas também um aprendizado: iniciativa sem “acabativa” não se sustenta. O grupo precisou recorrer ao Scrum para garantir execução e escala.
O reconhecimento vem depois da entrega
Durante meses, os sprints aconteceram sem qualquer reconhecimento formal. Foi só com resultados concretos em mãos que a liderança executiva passou a apoiar oficialmente o movimento. Um dos vice-presidentes solicitou pessoalmente um sprint com foco em aumento de margem em uma conta estratégica. O impacto desses Sprints contribuiu para a carreira de Eduardo que passou a liderar toda a operação de suporte digital da Ericsson na América Latina.
“Não existe uma área formal de Design Sprint na Ericsson. E talvez seja isso que faz funcionar: quem participa, participa porque acredita.”
Como identificar os heróis da inovação?
Mais do que cargo ou experiência prévia, Eduardo destaca a atitude como principal indicativo. Ele identifica aliados pela curiosidade, pela paixão em fazer bem feito, pela inquietação com o status quo. “Quem estuda fotografia, toca piano ou cria uma cervejaria automatizada em casa tende a se engajar com intensidade em qualquer desafio que exija dedicação.”
Outro ponto chave: engajar diferentes expertises. Os sprints de maior sucesso envolveram RH, engenharia, sourcing e até os clientes da Ericsson, como a TIM, que participaram ativamente das jornadas de melhoria.
Simplicidade como sofisticação
Para Eduardo, inovação não precisa começar grande. Pode começar por algo pequeno, como um relatório que você envia toda semana. “Pergunte para quem vai receber: o que realmente importa aqui? E, se puder, refaça com foco em relevância.”
Essa mentalidade simples, mas poderosa, se traduz em uma frase que ele carrega como lema: “Estamos de passagem. E eu não quero passar em branco.”
O resultado dessa visão? Três anos de resultados consistentes com seu time, entregando valor real, cocriando soluções com diferentes áreas e deixando um legado de engajamento genuíno.
Principais insights:
- Iniciativas informais podem ser mais potentes do que estruturas formais.
- A atitude é o superpoder dos embaixadores da inovação.
- A escolha da metodologia deve garantir iniciativa E acabativa.
- Não espere permissão: comece pequeno, entregue valor e o reconhecimento virá.
- O Design centrado no usuário se aplica a tudo – foco no cliente é o ponto de partida.
O time MatchIT agradece ao Edu, por essa aula sobre como cultivar propósito, engajamento e inovação em ambientes corporativos complexos. O mundo precisa de mais heróis assim. E você, já está criando espaço para os seus heróis da inovação aparecerem? Que tal começar hoje?