Protagonismo Tecnológico no Brasil: Ecossistemas CEIA e AKCIT
Durante o evento <Re>conectar no Hub Cerrado em Goiânia, Arlindo Galvão, Diretor do AKCIT e Diretor de Internacionalização do CEIA-UFG, apresentou uma visão que rompe com a ideia de que o Brasil está atrás na corrida da Inteligência Artificial. Para ele, o país já ocupa um papel relevante na produção de conhecimento e no desenvolvimento de soluções que impactam milhões de pessoas.
Arlindo abriu sua fala lembrando que a ciência brasileira sempre foi forte, mas que o verdadeiro valor aparece quando o conhecimento deixa o laboratório e chega à sociedade. Ele afirmou que “o paper não é o fim, é o começo” e reforçou que o desafio é transformar pesquisa em soluções que funcionem na prática.
A força de um ecossistema integrado
O CEIA-UFG se consolidou como um dos principais polos de pesquisa aplicada em IA no Brasil. São centenas de pesquisadores atuando em diferentes regiões e contratos com empresas de diversos setores. A tecnologia criada ali está presente no dia a dia de milhões de brasileiros, muitas vezes sem que eles percebam.
Esse impacto é viabilizado pelo modelo de tripla hélice. Universidade, governo e empresas atuam de forma conjunta em todas as fases do desenvolvimento tecnológico, desde o risco inicial até os resultados. Esse arranjo permite que pesquisa científica avance com foco em impacto real e que empresas tenham acesso a talentos e conhecimento de fronteira.
O futuro próximo já está sendo construído
Arlindo apresentou também a frente que trabalha com tecnologias emergentes dentro do AKCIT. Realidade virtual, agentes digitais, robôs e ambientes imersivos fazem parte de um programa que não busca apenas experimentar, mas transformar avanços científicos em produtos concretos.
Ele reforçou que o Brasil precisa acelerar para deixar de ser dependente de tecnologias externas. O propósito é criar soluções locais capazes de competir globalmente e de antecipar demandas de mercado.
Formação de talentos como base da transformação
Nenhuma revolução tecnológica acontece sem pessoas preparadas. O CEIA já capacitou milhares de profissionais em temas de IA em diferentes níveis, desde estudantes até executivos. A intenção é formar uma nova geração de especialistas que sustentem a transformação digital na indústria, no setor público e em novos negócios.
Para Arlindo, aumentar rapidamente essa base de talentos é condição essencial para o Brasil manter e ampliar sua posição na corrida global.
Startups como motor de inovação aplicada
O ecossistema também atua fortemente na criação e aceleração de startups deep tech. Programas de incubação, editais e mentorias ajudam a transformar pesquisa em negócios sustentáveis. Isso cria um ciclo virtuoso em que tecnologia vira produto, produto vira impacto e impacto gera novos investimentos e talentos.
Inovação distribuída pelo Brasil
Arlindo destacou que inovação relevante não pode ficar concentrada em poucos polos. A estratégia atual inclui criar hubs e representantes em todos os estados para captar demandas regionais e levar tecnologia para diferentes realidades do país. Essa descentralização amplia o alcance e a diversidade das soluções desenvolvidas.
Conclusão: o futuro do Brasil depende da velocidade de agora
O encerramento da palestra trouxe um recado direto. O Brasil já tem ciência, infraestrutura, talentos e resultados expressivos. O que falta é acelerar. Se quisermos competir globalmente, precisamos transformar pesquisa em solução prática, aproximar academia e mercado e fazer a inovação acontecer de forma contínua e colaborativa.
O país já é protagonista. A questão que permanece é até onde ele quer ir.